1. |
Enforcado
03:35
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Enforcado, eu continuo caindo do céu
Te pedindo para voltar
Uma nova perspectiva sobre tudo que acaba
Mas meus ossos continuam quebrando
Se embaraçando e se enganando
E e eu estou cansado
De me permitir acreditar
Em sombras e palavras não ditas
Enquanto estávamos pegando fogo
Que seja sobre isso a nossa historia
De escombros e memória.
(Todas as palavras que não dizemos. Nos escombros e nas memórias)
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2. |
Os Garotos Na Espera
02:10
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Era liquido
Nem branco, nem roxo
Sem voz, sem dono
Mas se espalhava pela rua, eu sei
E eu mal percebia
Nos braços que contei
E eram mais de um
Foram cinco
Mais de dez, eu sei
E era estranho e expansivo
Como um estanho vagabundo
Mas era meu, e seu
E eles nos observaram
Da janela rubre
Entre a porta negra semi aberta
Muito se disse
Mas os mistérios
São substâncias que vão além dos verbos.
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3. |
Quarto Negro
02:27
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Um olhar para mim e para você
Eu sei o que era teu quando te encontrar
Em outro corpo que não for o seu
Hoje eu durmo sem te esperar
Um olhar para ele antes de você
Eu lembro o que era nosso antes de te encontrar
Em outro outro corpo que não for o seu
Hoje eu durmo sem te esperar
Antes mesmo de me afogar
Antes mesmo de despertar
Num sonho eu vejo aquilo que você insiste em apagar.
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4. |
Sua Voz
02:12
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5. |
Eros
03:39
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E aquele corpo
Vomitado na escuridão
Só quis brincar com meu coração
Tal como Eros num dia de solidão
E aquele suor
Que tanto procurei de dia
Estava escondido na minha sala
Brincando de sorrir com minha fala
E aquela frase
Desnuda no verso abrasivo
Me fez de idiota e me fez chorar
Mas tão tolo aquele homem
Tão tolo o meu olhar
Frio e ingrato do vício tingido
Me fez correr para o abraçar
E aquela pele
Que nunca foi minha
Tão jovem e irascível
Tão velho e taciturno
Este homem noturno
Era o dono de minha solidão
E de toda sorte
Eu limpei minhas mãos
Antes de dizer adeus
Lhe dei um aviso que correu pela noite
O que ostentas no coração
Como essas mãos brancas sem verão
Me fez sorrir sem nem lembrar meu nome
E aqui você não dorme
Só remoi
O que o nosso tempo destrói
E esse tempo, esse tempo nefasto
Que perdura todos os dias de minha vida
Só lembra o homem que fui
E o homem que nunca serei
Nos braços de Eros
Nas manhãs sem luz
Onde nunca dormi
Sem conseguir despertar
Onde meus dias se passaram
Na sublime aceitação
Que você apenas remói
Tudo que meu tempo
O nosso tempo
Destrói.
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6. |
Cão
02:57
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Venha
Sem dono
Sem casa
Sem rumo
Como um cachorro
Sem rumo
Sozinho
Somente a mim pertencemte
Sem rumo
Sem casa
Somente meu
Somente meu.
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7. |
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8. |
Tired
01:49
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9. |
Sétima Onda
03:19
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Tua boca fervorosa anseia
Pelo não-me-toque
Projeção distante
Tua boca anseia
Pela vontade que não tens
Potência e poética
Que sempre lhe faltaram
Agora morres na maré
Apodrecendo junto a areia
Devorado pelos dias
Carcomido pelo gasto
Cansado e enferrujado
Tua boca anseia
Mas eu nunca te entregarei
Este delicioso sal de mil sabores
Tua boca anseia
Pela maré
Tua boca anseia
Pelo mar
Tua boca anseia
Por mim
Tua boca anseia
Pelo que já foi
Tua boca anseia
Pelo que não tens
Tua boca anseia
Pela paixão que morre no mar
Tua boca anseia
Pelo farol que afoga sua solidão
Tua boca anseia
Por ondas que nenhum homem sabe navegar
Tua boca anseia
Por mares abissais onde a luz não pode encontrar
Tua boca anseia
Por portos onde todos se amam mesmo sem se encontrar
Tua boca anseia
Pela nossa vida
Que nunca foi nossa
Nem mesmo
Pode se acreditar.
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10. |
Azul
03:00
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Azul, teu oceano de face irreconhecível
De abrasivas palavras
Que nunca recorreram a mim
Sonharam a si mesmas
E vieram antes do mundo
Antes da primeira palavra divina
E quando deitam para dormir
Não pensam em mim
Apenas sonham com estrelas que não existem
Planetas e vácuos onde adormecem
Segredos que aqui não me pertencem
Neste mar de liquens obscuros
Eu apenas vivo no obstante terreno
E aqui onde o calor tinge minha pele
Eu sonho com os sonhos
De sonhar com os pequenos mistérios
De resguardar meu mundo
Para mergulhar meus provérbios
Numa maré compreensivel
Ao vocabulo humano
Onde a ti, amor lápis-lazuli
Eu dedico estas palavras.
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Mastema São Paulo, Brazil
Projeto solo de Guilherme Castelo Branco.
Voz, violão, guitarra, baixo, sintetizadores, techno e sonhos e palavras perdidas.
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